E a postura???
Olá a todos...
Conversando com um dos frequentadores do meu blog, o Thiago Sanchez, surgiu a ideia de falar um pouco sobre postura, dedilhados e sua relação com a performance. Valeu Thiago pela sugestão!
postura...
Bem, sem dúvida é um assunto que toca vários aspectos do fazer musical, e não é específico para quem toca teclado...
Assim, falarei um pouco dentro de minha experiência, e tocando em pontos como a saúde, a presença de palco, expressão, otimização de movimentos, entre outros.
Para nós tecladistas, existe alguns padrões que precisamos lembrar aqui. Por exemplo, a altura do teclado. Eu sempre tento deixar aproximadamente na altura do umbigo. Por que? Isso me permite uma postura de pulsos vertical ao teclado. Em uma apresentação de 15 minutos, pode ser até aceitável, mas, se você precisa ficar uma hora ao instrumento, essa diferença de altura pode lhe incomodar. Sei que nem sempre é possível, mas, se você puder, faça um teste e tire suas conclusões. Não existe aqui regras, mas você mesmo pode encontrar as soluções se você conhecer as características anatômicas de seu corpo. Existem muitos artigos falando sobre Lesões por Movimentos Repetitivos (LER)... Vale a pesquisa
Outra coisa, sobre a postura da coluna. Se você vai sentar para estudar duas horas, esse tempo é mais do que suficiente para lhe causar uma terrível dor nas costas, enrrigecimentos musculares, etc. Portanto, na hora de períodos longos de estudos procurar uma postura confortável e que mantenha a coluna reta. Lembre-se que as mãos precisam trabalhar, nem sempre as costas.
Se for uma questão de performance do palco, estamos em outro assunto, falamos de um momento em que todo o corpo faz parte de uma performance. O visual nessas horas contam sim... Há músicos que pulam, dançam, fazem coerografias... Já viram o DVD do Djavan ao Vivo? As performances de danças e coreografias que os músicos fazem? Essa música é muito boa... Sina
E como um músico adorador, eu penso que todo o meu corpo é um instrumento de adoração... Porque não fazer isso quando estou prestando o meu culto? A Ele o melhor, o meu melhor, todo meu corpo, entendimento, alma e espírito...E tenho certeza que com isso posso contagiar as pessoas com a alegria que vem dos céus! Experimente fazer isso... Somos espelhos. Nunca se esqueça disso!
Portanto, falar de postura, sem observar em que contexto social se aplica o momento da performance pode ser perigoso! É um momento de estudo? É fundamental que se respeite os limites de seu corpo. No palco? Talvez exista maior liberdade, mas sem esquecer que isso não pode prejudicar sua performance e sua saúde, senão perde sua razão.
Não poderia deixar de registrar aqui, que existem brilhantes músicos que quando tocam se retorcem, gemem, mas que isso não atrapalha sua performance, pelo contrário! Torna-se uma marca registrada! Portanto, CUIDADO, antes de falar! lembre-se, a arte não tem limites, e quebrar os limites impostos pode ser um caminho muito frutífero artisticamente falando.
E ainda temos os dedilhados! (O assunto é grande rs...)
Estes são grandes e polêmicos. Falo isso embasado em meu conhecimento técnico, e após muitas discussões durante minha caminhada acadêmica!
Não existe um dedilhado correto. Parece ser um absurdo? Mas faço uma pergunta. Todas as mãos são iguais, anatomicamente falando? De fato não. Dedos com tamanhos diferentes, mãos com dedos mais compridos, mais curtos. E como aplicar um mesmo dedilhado para determinada frase, se as mãos não possuem as mesmas características.
Obviamente que, não podemos achar que qualquer coisa vale. Mas eu começo questionando essa verdade que é tão apregoada entre muitos professores de teclado.
Existem algumas coisas que podem ser padrões que geralmente funcionam e recomendo! Por exemplo a técnica dos cincos dedos do Hannon, ou passagens de escalas com dedos 3 e 4. Mas já vi livros de técnicas com escalas em 10ªs que minha mão não tinha o tamanho para fazer. Não era abertura, minha mão não alcançava! E aí? Forçar até conseguir e possivelmente não conseguir aplicar. Nessa hora é preciso muita calma para analisar se é um problema de falta de estudo ou se é uma questão da nossa anatomia.
Já pararam pra pensar sobre isso?
Um livro clássico no estudo da técnica é o Hanon... Alguns até já estudaram uns exercícios deste método sem saber! E este método se tornou tão famoso, a ponto de desenvolverem métodos com exercícios aplicados a diferentes estilos. e vou compartilhar alguns com vocês aqui!
O método tradicional - geralmente com uma abordagem mais erudita
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=hanonopianistavirtuoso
Hanon Jazz
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=hanonjazz
Hanon Blues
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=blueshanon
Hanon samba
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=sambahanon
Vou mostrar a vocês uma partitura de Chopin. O Prelúdio nº 20, com voicings com aberturas que uma mão pequena não dá conta. Vejam o voicing na figura abaixo:
O segundo acorde do compasso: LÁb LÁb - DÓ RÉ FÁ# RÉ, mesmo que se faça do láb até o dó com a mão esquerda, essa 10ª para mãos pequenas ficam complicadas, e o voicing dó ré fá# ré para mão direita também gera uma abertura ruim para mãos pequenas, inclusive a minha rs... Vou disponibilizar a partitura do Prelúdio nº20 no link abaixo para quem quiser dar uma estudada ou conhecer a peça inteira.
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=preludio20chopin
Imagino que Chopin tinha uma mão grande, e que essas aberturas eram de fácil alcance. Mas ao mesmo tempo, dedos muito longos podem ter mais trabalho para dar conta de acordes muito fechados.
Não existe melhor ou pior! As pessoas são diferentes e inevitavelmente a música de cada um também será! Respeitar quem você é. Este passo precisa ser dado pra você encontrar seu caminho como músico, intérprete, e para uma caminhada na qual as pessoas te respeitem pelo que você é.
Mas estudem, uma boa técnica não vem de graça, velocidade vem com a prática. As vezes é cansativo estudar determinado dedilhado. Mas com o tempo esses estudo emanam na sua forma de tocar, sem você perceber você construirá seus caminhos e próprios dedilhados. Não esqueçam: o metrônomo pode ser um bom companheiro nesses estudos!
Boa prática...
E até a próxima!
Conversando com um dos frequentadores do meu blog, o Thiago Sanchez, surgiu a ideia de falar um pouco sobre postura, dedilhados e sua relação com a performance. Valeu Thiago pela sugestão!
postura...
Bem, sem dúvida é um assunto que toca vários aspectos do fazer musical, e não é específico para quem toca teclado...Assim, falarei um pouco dentro de minha experiência, e tocando em pontos como a saúde, a presença de palco, expressão, otimização de movimentos, entre outros.
Para nós tecladistas, existe alguns padrões que precisamos lembrar aqui. Por exemplo, a altura do teclado. Eu sempre tento deixar aproximadamente na altura do umbigo. Por que? Isso me permite uma postura de pulsos vertical ao teclado. Em uma apresentação de 15 minutos, pode ser até aceitável, mas, se você precisa ficar uma hora ao instrumento, essa diferença de altura pode lhe incomodar. Sei que nem sempre é possível, mas, se você puder, faça um teste e tire suas conclusões. Não existe aqui regras, mas você mesmo pode encontrar as soluções se você conhecer as características anatômicas de seu corpo. Existem muitos artigos falando sobre Lesões por Movimentos Repetitivos (LER)... Vale a pesquisa
Outra coisa, sobre a postura da coluna. Se você vai sentar para estudar duas horas, esse tempo é mais do que suficiente para lhe causar uma terrível dor nas costas, enrrigecimentos musculares, etc. Portanto, na hora de períodos longos de estudos procurar uma postura confortável e que mantenha a coluna reta. Lembre-se que as mãos precisam trabalhar, nem sempre as costas.
Se for uma questão de performance do palco, estamos em outro assunto, falamos de um momento em que todo o corpo faz parte de uma performance. O visual nessas horas contam sim... Há músicos que pulam, dançam, fazem coerografias... Já viram o DVD do Djavan ao Vivo? As performances de danças e coreografias que os músicos fazem? Essa música é muito boa... Sina
E como um músico adorador, eu penso que todo o meu corpo é um instrumento de adoração... Porque não fazer isso quando estou prestando o meu culto? A Ele o melhor, o meu melhor, todo meu corpo, entendimento, alma e espírito...E tenho certeza que com isso posso contagiar as pessoas com a alegria que vem dos céus! Experimente fazer isso... Somos espelhos. Nunca se esqueça disso!
Portanto, falar de postura, sem observar em que contexto social se aplica o momento da performance pode ser perigoso! É um momento de estudo? É fundamental que se respeite os limites de seu corpo. No palco? Talvez exista maior liberdade, mas sem esquecer que isso não pode prejudicar sua performance e sua saúde, senão perde sua razão.
Não poderia deixar de registrar aqui, que existem brilhantes músicos que quando tocam se retorcem, gemem, mas que isso não atrapalha sua performance, pelo contrário! Torna-se uma marca registrada! Portanto, CUIDADO, antes de falar! lembre-se, a arte não tem limites, e quebrar os limites impostos pode ser um caminho muito frutífero artisticamente falando.
E ainda temos os dedilhados! (O assunto é grande rs...)
Estes são grandes e polêmicos. Falo isso embasado em meu conhecimento técnico, e após muitas discussões durante minha caminhada acadêmica!
Não existe um dedilhado correto. Parece ser um absurdo? Mas faço uma pergunta. Todas as mãos são iguais, anatomicamente falando? De fato não. Dedos com tamanhos diferentes, mãos com dedos mais compridos, mais curtos. E como aplicar um mesmo dedilhado para determinada frase, se as mãos não possuem as mesmas características.
Obviamente que, não podemos achar que qualquer coisa vale. Mas eu começo questionando essa verdade que é tão apregoada entre muitos professores de teclado.
Existem algumas coisas que podem ser padrões que geralmente funcionam e recomendo! Por exemplo a técnica dos cincos dedos do Hannon, ou passagens de escalas com dedos 3 e 4. Mas já vi livros de técnicas com escalas em 10ªs que minha mão não tinha o tamanho para fazer. Não era abertura, minha mão não alcançava! E aí? Forçar até conseguir e possivelmente não conseguir aplicar. Nessa hora é preciso muita calma para analisar se é um problema de falta de estudo ou se é uma questão da nossa anatomia.
Já pararam pra pensar sobre isso?
Um livro clássico no estudo da técnica é o Hanon... Alguns até já estudaram uns exercícios deste método sem saber! E este método se tornou tão famoso, a ponto de desenvolverem métodos com exercícios aplicados a diferentes estilos. e vou compartilhar alguns com vocês aqui!
O método tradicional - geralmente com uma abordagem mais erudita
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=hanonopianistavirtuoso
Hanon Jazz
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=hanonjazz
Hanon Blues
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=blueshanon
Hanon samba
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=sambahanon
Vou mostrar a vocês uma partitura de Chopin. O Prelúdio nº 20, com voicings com aberturas que uma mão pequena não dá conta. Vejam o voicing na figura abaixo:
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| Recorte do compasso 6 do Prelúdio nº20 de Chopin |
O segundo acorde do compasso: LÁb LÁb - DÓ RÉ FÁ# RÉ, mesmo que se faça do láb até o dó com a mão esquerda, essa 10ª para mãos pequenas ficam complicadas, e o voicing dó ré fá# ré para mão direita também gera uma abertura ruim para mãos pequenas, inclusive a minha rs... Vou disponibilizar a partitura do Prelúdio nº20 no link abaixo para quem quiser dar uma estudada ou conhecer a peça inteira.
https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=preludio20chopin
Imagino que Chopin tinha uma mão grande, e que essas aberturas eram de fácil alcance. Mas ao mesmo tempo, dedos muito longos podem ter mais trabalho para dar conta de acordes muito fechados.
Não existe melhor ou pior! As pessoas são diferentes e inevitavelmente a música de cada um também será! Respeitar quem você é. Este passo precisa ser dado pra você encontrar seu caminho como músico, intérprete, e para uma caminhada na qual as pessoas te respeitem pelo que você é.
Mas estudem, uma boa técnica não vem de graça, velocidade vem com a prática. As vezes é cansativo estudar determinado dedilhado. Mas com o tempo esses estudo emanam na sua forma de tocar, sem você perceber você construirá seus caminhos e próprios dedilhados. Não esqueçam: o metrônomo pode ser um bom companheiro nesses estudos!
Boa prática...
E até a próxima!
Olha, era isso mesmo! Ficou nota 10.
ResponderExcluirValeu Thiago Sánchez... Obrigado pelo comentário e sugestão! Espero que curta o post. Se der, depois compartilhe o blog pois, iniciativas como a sua são muito importantes para a página! Grande abraço...
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