Um pouco mais jazzístico...

Fala Galera...
2013 está acabando, mas nossos estudos não param!
Pensei no que escrever para um post de fim de ano... E  como sempre me surpreendo o quanto o universo musical é vasto e impossível de compreendê-lo  em sua totalidade musical, de significados e experiências! Então decidi deixar uma dica de usar V7  I7M que aprendi em livro do Mark Levine, The Jazz Piano Book.
Para a galera das teclas, sabemos que a condução de vozes tanto internas, como das extremidades fazem parte de um complexo estudo de transposições, quando pensamos em realizar a mesma condução em tons diferentes. Portanto, ao tirar a condução é muito importante que ela seja transposta para outras tonalidades, a fim de que sirva de modo mais eficiente.
O exemplo deste post é  um V7(b9) que resolverá em I6(9). Coisas que são um tanto interessantes:



1. O uso de voicings sem os baixos, entendo que o baixista tem essa responsabilidade e deixando a sonoridade do piano mais híbrida.

2. A resolução com um movimento melódico de semitom (2ª menor) ascendente, intervalo este muito forte pois faz parte da resolução do trítono. (Trítono??? Bem é um intervalo de quarta aumentada ou quinta diminuta, dependendo da interpretação do acorde, cujo está presente dentro do acorde dominante. sol si re fá, as notas si fá, respectivamente terça maior e sétima menor, compõem o trítono). Se acharem legal posso abordar esse tema com mais detalhes posteriormente...

3. Percebam a superposição de uma tríade maior sobre o trítono. A tríade de Mi maior sobre o trítono de G7 gerando as sonoridades das tensões b9 e 13 no acorde.

4. Um voicing quartal no acorde de resolução, notem a superposição de quartas nas notas do acorde com sexta e nona. normalmente vemos muitas superposições de terças por causa da natureza de nosso sistema harmônico baseado nas escalas tonais maiores e menores. Mas neste caso, essa abertura gera uma sonoridade híbrida. Dica: Peça para o baixista de sua banda fazer uma condução de uma sequência em Dó maior com vários acordes e você no teclado toque esse voicing em cima de todos os acordes da progressão. Você vai perceber que a sonoridade se encaixa bem em muitos momentos (ou quase todos rs). Obviamente que falamos de uma sonoridade mais jazzística, mas porque será que funciona???

Bem já que estamos falando de uma pegada mais jazzística, não posso deixar de dizer da importância de se ouvir muito o estilo para adquirir a linguagem, por alguns, chamado de feeling ou swing. Você pode chamar como achar melhor, mas de fato, a escuta é uma peça vital para se tocar bem qualquer estilo musical, seja ele o rock, funk ou jazz. Um dia Kiko Continentino me mostrou um disco de um pianista que me deixou impressionado, no que se diz tocar piano bem (é verdadeiramente um universo). Bill Evans.
O link que deixo é de um vídeo com Bill e seu trio, o baixista Scott LaFaro e o baterista Paul Motian interpretando Waltz for Debby. é uma gravação histórica e o You Tube é repleto de coisas desse gênio do jazz.




Bem, assim fica uma simples dica de condução de V7 I, mas com uma grande referência de escuta do jazz...
Não se esqueça de transpor o exemplo para outras tonalidades e ouvir muito este e outros grandes mestres desse estilo!
Um Feliz Ano Novo com muito som, estudo, e conquistas para todos!
Um grande abraço e nos vemos em 2014...

Comentários

  1. Glória a Deus pelo seu grande conhecimento, mas não entendi quase nada. Acho que apesar de sua pessoa se tratar de um musico excelentíssimo poderia abordar temas de caráter geral.

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  2. Na verdade é bem legal sua praticidade em falar da música, na verdade eu queria entender o que você ensina.

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  3. Olá Thiago Sánchez obrigado por seu comentário... Este post traz muitas informações e talvez não tenha tido tanto espaço para falar mais sobre o que mencionei. Mas de fato, quando você me fala de temas de caráter geral pode ser uma ótima ideia. Se quiser sugerir algum tema terei muito prazer em tentar escrever sobre! Mais uma vez obrigado pela contribuição e um grande abraço...

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    Respostas
    1. Muito obrigado por responder. podia falar um pouco de "postura", porque a maioria dos tecladistas tem vícios feios. uns tocam de qualquer forma ignorando uma digitação mais inteligente e outros se retorcem todo tocando, etc

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